sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sabiah



Sabiah me convidou pra tecer umas idéias,

Vim de longe a procura

Vi de perto e vi segura

Teço o meu ponto que se enlaça com o seu

...

Assim, nesta teia que inaugura,

ato meu gesto, ponto e nó.

(Paula Ubinha Almeida - à Janaina pela esperança)

Em Barão Geraldo tem um espaço novo chamado:

"Sabiah - canto de encontros e saberes".

Eu já vinha há muito tempo olhando com carinho e desejo aquela casa com uma praça na frente. Que bom que seria poder dar aulas de yoga ali... Desejei, imaginei, sonhei, planejei, mas tudo permanecia igual. A casa à venda, completamente abandonada e eu sem condições para compra-la. Bom, tudo bem! Mas como eu gostaria de ar aulas de yoga naquela casa...

Quem comprou a casa foi a Jananina, ela tranformou a casa num espaço de encontro e saberes, como o próprio nome anuncia. Já tem muitas coisas boas por lá: encontro de mães que buscam um parto humanizado, dança circular, atendimento familiar, entre outras atividades. Vale a pena verificar. Ah! Claro! Em breve terá aulas de yoga ministradas por mim.

Olha! Não é que meu desejo foi realizado? Estou estupefata!

Dê um pulinho por lá para conhecer: Rua Paulo Lanza, 91

Namastê!

Paula Ubinha

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Corpo em evidência


O corpo chega primeiro. É assim o primeiro contato com o outro, a visão sobre este corpo que se aproxima. Estes primeiros instantes são carregados de sensações, significações, ritmos, expressões, confusões, erros, acertos e sentimentos. Ainda sem a fala, a comunicação está feita. Quem vem está triste ou feliz? Satisfeito ou insatisfeito? Tranquilo ou agitado? Com amor ou com raiva? Com pressa ou com calma? Receptivo ou fechado?
Imagine uma situação recente, ou então, depois de ler estas poucas palavras, observe isso no próximo encontro. Congele o tempo e se atenha a este instante de aproximação. Observe o corpo do outro de uma forma investigativa, sabendo que você já saberia tudo sobre este que se aproxima, mas não se dava conta.
Faça mais.
Simultaneamente o seu corpo reage a esta aproximação produzindo tensões e relaxamentos. Sinta, perceba, reflita.
Tudo pode passar desapercebido ou tudo pode estar claro e distinto.
(Imagem da série Human Motions de Peter Jansen )
Paula Ubinha

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Satsanga (dedico a todos meus amigos e alunos)

Do sânscrito sat - ser e sanga - companhia, satsanga significa andar na companhia de sábios e amigos, comungando experiências e sabedoria.
Neste encontro do yoga podemos realizar meditação com mantras, contando com instrumentos musicais tradicionais indianos, bem como a leitura, a elaboração de perguntas, buscar respostas e comentários sobre textos da cultura do Yoga, tais como a Bhagavad Gita, o Srimad Bhagavatam e o Yoga Sutras. Os encontros são destinados a todos, membros do grupo praticante ou não, que se interessem em aprofundar seus conhecimentos sobre meditação e filosofia. Este encontro pode ser enriquecido com flores, frutas, tortas, chás, enfim, com vários estímulos para os nossos sentidos, no entanto, isso não constitui o principal da prática.
Satsanga é ficar em companhia de pessoas que possuem o conhecimento claro de sua própria natureza, ou daquelas que buscam esse mesmo conhecimento. O melhor Satsanga não é um encontro semanal, ou mensal, ou qualquer outra periodicidade que se estabeleça, mas todos os momentos diários da vida, é no cotidiano que encontramos o verdadeiro Satsanga, conviver todos os dias com as pessoas que querem descobrir em si mesmas os valores que conduzem ao conhecimento (chamados jñána, conhecimento, no capítulo XIII da Bhagavad Gítá), escutar, refletir e meditar sobre o Átman, o Ser Imutável. Um deve ser para o outro constante inspiração, estímulo e auxílio para o conhecimento, na forma de meios para antahkaranasuddhih, a preparação da mente, e jñánanistha, a clareza do conhecimento e sua constante vivência. Além de conviver constantemente com outros que também desejam o absoluto, o maior Satsanga é o contato direto com pessoas que vivem a realização do Átmabrahman, pessoas cujas vidas são o próprio exemplo da plenitude do conhecimento.
Nosso grande mestre, Sri Ádi Shankarachárya, diz no conhecido texto Bhaja Govindam:

Satsangatve Nissangatvam
Nissangatve Nirmohatvam
Nirmohatve Niscalatatvam
Niscalatatve Jívanmuktah

Na companhia daqueles que buscam a Verdade, nasce o desapego.
Com o desapego, a ilusão se vai.
Quando a ilusão se vai, a Realidade Imutável torna-se clara.
Com o conhecimento da Realidade Imutável, o indivíduo torna-se liberado ainda em vida.

Sanga, então, podemos dizer que é a associação, a companhia, o contato e, até mesmo, o apego. Satsanga, portanto, é a associação com pessoas que desejam o Sat, o Real, o Ilimitado, que conduz a nissanga, a ausência da necessidade de estar sempre em companhia de pessoas, ou apegado a objetos. A ausência dessa necessidade nasce da análise, do questionamento, que é viveka, que tem como conseqüência vairagya, o desapego natural e gradual. Isto é, a ausência da ilusão e a presença da mente clara para analisar a si mesmo e apreciar o seu verdadeiro Ser, a Consciência Sem Limites. Essa compreensão resolve a pergunta original do ser humano: quem sou eu? Para onde caminho? Respondendo a essas questões, vivendo plenamente, você estará liberado do sofrimento de ignorar ser o que você já é.
Boa reflexão,
Namastê!
Paula

quinta-feira, 7 de maio de 2009

CoResponde

Do gesto, a conduta, o pensamento.
Da aparência, o significado, a intenção.
Da fala, o sentido, o desejo.
ou
Do pensamento, o gesto a conduta.
Da intenção, a aparência, o significado.
Do desejo, a fala, o sentido.
ou
Da conduta, o pensamento, o gesto.
Do significado, a intenção, a aparência.
Do sentido, o desejo, a fala.
ou
Se nada ou coisa nenhuma,
a dúvida.

(Paula Ubinha Almeida)

Gandhi

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido.
Não na vitória propriamente dita."
(Mahatma Gandhi)

terça-feira, 5 de maio de 2009

Para começar bem o dia

Comece abrindo mão da função soneca do despertador. Acorde no primeiro toque e aproveite aquela folguinha de minutos para despertar os sentidos, perceber o dia, lembrar dos sonhos.
Comece lentamente a espreguiçar, esta prática tão natural, mas que é esquecida por muitos.
Não há regras, basta estar ainda na cama, antes mesmo de colocar os pés no chão, o corpo começa a despertar com gestos de contração e descontração, alongamentos e torções.
Se você não consegue se lembrar de como se faz isso, então observe um bebê no berço.
Se não houver um bebê na família, então observe um cachorrinho, um gato, os pássaros.
Espreguiçar é natural.
Experimente, confie no seu instinto.
Agora é o momento da higiene. Para quem pratica yoga, limpar o nariz é tão importante quanto limpar os dentes. Então, vou disponibilizar aqui para você como se faz esta técnica de purificação:

"Como usar o lota para fazer a purificação nasal
(por Pedro Kupfer)

O lota é um recipiente de cerâmica que se usa para fazer neti, a técnica da purificação das mucosas nasais. Esta técnica limpa as narinas, eliminando o excesso de mucosidade e estimulando o ájña chakra. É ótima contra sinusite, renite e resfriados e ainda aumenta a resistência do organismo às infecções respiratórias. A água utilizada deve ser mineral, morna e salgada na proporção de uma colher de sobremesa de sal para um litro de água. Se a água estiver pouco salgada, poderá sentir uma leve dor na altura dos seios frontais e ardência na mucosa nasal. Caso queira tonificar os vasos sangüíneos desta área, utilize água fria. Isto melhora a circulação e evita hemorragias nasais.

Fique em pé, com o tronco ligeiramente inclinado para frente e incline a cabeça para o lado direito. Você poderá ainda acrescentar uma gota de limão ou gengibre. Coloque o bico do lota na narina esquerda e incline-o, permitindo que a água entre por essa fossa e saia pela outra. A passagem da água deve ser natural e sem esforço. Isto vai depender da inclinação da cabeça. Mantenha a boca entreaberta e respire por ela. Havendo esvaziado o recipiente, deixe o tronco na mesma posição e o rosto agora voltado para baixo.
Execute kapálabháti (consiste em uma série de expirações súbitas e forçadas, mas sem violência, feitas com rapidez, graças à sucessiva contração dos músculos abdominais e a ação do diafragma) a fim de extrair o restante da água. Em seguida, observando as mesmas instruções, faça fluir a água da fossa nasal esquerda para a direita.
O neti kriyá limpa as narinas, elimina o excesso de mucosidade acumulado nos seios nasais e frontais, estimula o ájña chakra e desenvolve a clarividência."
Tenha um bom dia!
Qualquer dúvida, pode mandar um e-mail pra mim.
Namastê!
Paula Ubinha


sábado, 18 de abril de 2009


Mude (Edson Marques)

Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livrementena praia, ou no parque, e ouvir o canto dospassarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais...
Leia outros livros, viva outros romances.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
Escolha comidas diferentes,
Novos temperos, novas cores,
Novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,o novo jeito, o novo prazer, o novo amor,a nova vida.
Tente.
Busque novos amigos tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado...
Outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas,troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabelereiros,outros teatros, visite novos museus.
mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um
Outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno,mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre,invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver:
A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!!!

Sobre o(a) autor(a):Edson Marques, poeta, formado em Filosofia pela USP. Vencedor do Prêmio Cervantes/Ibéria em 1993. Sócio-fundador da Ordem Nacional dos Escritores. Se diz "um socialista romântico". Lançou o livro: "Manual da Separação".
Poesia apresentada no programa 227

Os poemas e os textos lidos em "Provocações” são, às vezes, livre adaptação do original, por Antônio Abujamra ou Gregório Bacic. O formato em que se apresentam escritos aqui é apropriado para a leitura em TV e não o seu formato original.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Poema - Álvaro de Campos

Ah, um soneto...

Meu coração é um almirante louco
que abandonou a profissão do mar
e que a vai relembrando pouco a pouco
em casa a passear, a passear...

No movimento (eu mesmo me desloco
nesta cadeira, só de o imaginar)
o mar abandonado fica em foco
nos músculos cansados de parar.

Há saudades nas pernas e nos braços.
Há saudades no cérebro e por fora.
Há grandes raivas feitas de cansaços.

Mas - esta é boa! - era do coração
que eu falava... e onde diabo estou eu agora
com almirante em vez de sensação?...

(Fernando Pessoa/ obra poética - poesias de Álvaro de Campos)

Unidade corpo e mente

"...O contorno de meu corpo é uma fronteira que as relações de espaço ordinárias não transpõem. Isso ocorre porque suas partes se relacionam umas às outras de uma maneira original: elas não estão desdobradas umas ao lado das outras, mas envolvidas umas nas outras..." (Merleau-Ponty, Maurice – Fenomenologia da percepção).

Tomando como fio condutor estas palavras, vamos tentar aqui uma breve reflexão a respeito do que venha a ser a idéia de um corpo próprio, de como é possível um trabalho que devolva ao indivíduo os seus limites e, assim, de como se constitui a sua identidade. Vamos, de início, reler com mais atenção as palavras de Merleau-Ponty.
Primeiramente, o corpo é a fronteira do sujeito com todas as outras coisas existentes no seu mundo. Embora pareça muito claro, a confusão deste limite é o lugar das patologias psíquicas, nem sempre agudas a ponto de podermos reconhecê-las prontamente. Mas, o que importa aqui é o fato de que o corpo tem um limite próprio, e que a maneira como ele está constituido não nos permite uma fragmentação ou uma justaposição de suas partes.
Quando recorremos a Merleau-Ponty, entendemos que o corpo funciona como um sistema único, pois suas partes estão envolvidas umas nas outras. Quando, por exemplo, tocamos uma mão na outra, entrelaçando os dedos, não podemos responder qual é a mão que está sentindo a outra, ou se a direita sente primeiro que a esquerda ou ao contrário. Elas, neste caso, representam como o corpo percebe e como pensa as suas percepções. Os olhos vêm já vendo com o pensamento. E se é verdade que a visão pode ser agradável ou não, que pode despertar alguma memória ou não, então também é verdade que há uma simultaneidade entre a percepção do objeto e o pensamento sobre ele. É como se a mão direita fosse a percepção e a esquerda o pensamento.
Este exemplo vale também para as relações que o indivíduo estabelece com o mundo. Vamos apenas desdobrar um pouco mais esta idéia. O gosto está na maçã ou na língua? Pois bem, para todas as experiências que o indivíduo vive é esta mesma estrutura que está presente. Não há gosto da maça sem a maçã, sem a língua, sem os receptores cerebrais para esta informação e, finalmente, sem a consciência, que se sabe sabendo o sabor. Só com todos esses elementos é possível propriamente saborear. Sendo assim, a idéia do gosto da maçã é tão importante quanto a lingua e quanto a própria maçã.
Quando entendemos esta estrutura, fica mais fácil vermos que não há uma hierarquia de importância; a importância de cada um está entrelaçada na importância do outro, assim como as mãos que se unem e entrelaçam seus dedos.
Vale citar um poema de Drumond para termos um apoio poético a esta teoria:

Verdade

A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
(Carlos Drummont de Andrade, Corpo, segunda edição, Ed. Record, 1984)

domingo, 29 de março de 2009

Alimento vivo


Queridos amigos, parentes e alunos,

Fiquem tranquilos que alimento vivo não significa dar uma mordida no boi mugindo, nem no galo cantando.
O que poderia ser "alimento vivo" ?
Este nome designa uma maneira de se alimentar com vegetais orgânicos, sementes germinadas e brotos. Pratos bem coloridos, ricos em vitaminas, sais minerias, proteinas, e tantos outros nutrientes necessários para nosso corpo.
Eu vi, já faz um tempo, uma reportagem no Globo Repórter sobre um médico que ensina a população de Campos do Jordão a fazer um suco vivo.
As indicações são para:
Reduzir colesterol
Refazer os capilares (a menor rede de vasos sanguíneos)
Controlar diabetes
Reduzir peso corporal por diminuir a quantidade de gordura no corpo
Melhorar a disposição para o dia de trabalho
Nutrir todos os tecidos do corpo.
Vocês poder ver o vídeo da reportagem no site:
http://grep.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-20159-3-328478,00.html

Para facilitar a vida de vocês vou postar aqui uma sugestão de preparo do suco, que o Dr. Alberto Gonzales indica como café da manhã:

Você vai precisar de:
1 maçã
1 pepino
1 limão ou 1 laranja (tire a casca)
1 cenoura
2 folhas de couve
1 punhado de hortelã
(você pode variar as folhas: espinafre, brócolis, escarola, etc)
2 colheres de sopa de semente de girassol germinada
1 colher de sopa de linhaça

Faça assim:
Bata no liquidificador as coisas que soltam água. Coloque o restante, bata bem. Coe num voal e beba imediatamente.
Coma 2 castanhas do pará e duas amêndoas. Na receita eles mandam bater estas castanhas no liquidificador, mas eu prefiro comê-las. Faça como achar melhor. Varie o tipo de castanhas.
Para germinar a semente de girassol: Coloque-a de molho por oito horas, escorra e coloque-as para secar por mais oito ou dez horas. Elas vão abrir e começar a apontar. Este é o ponto. Dê uma lavadinha nelas antes de bater com o suco.
A Linhaça, basta coloca-la de molho por seis horas. Enxague e coloque para bater no suco.
Pronto! Seu café da manhã está completíssimo.

Super fácil!

Vida longa à todos nós!

Paula Ubinha Almeida

sexta-feira, 27 de março de 2009

Buda

Meditação
Tente-a por sete dias.
Se não conseguir, faça-a por sete anos.
Ou, por fim, por sete reencarnações e você aprenderá...
É indispensável, porém, iniciar.
Recomendação de Buda

domingo, 22 de março de 2009

Doula



O que é doula?

Então, senta que lá vem história.

Imagine uma mulher prestes a parir a muito, muito, muito tempo atrás.

Imagine agora, toda aquela correria na casa para a chegada do rebento. O marido afoito, a mulher suada com uma expressão preocupada, as crianças mandadas para fora da casa, a água no fogo, lençóis limpos, uma tesoura e, entre toda esta confusão, uma parteira e uma ou duas outras mulheres calmas destoando de todo o clima frenético que esta situação sugere.

Estas outras mulheres, que não são parteiras, são aquelas que sabem das coisas. Elas sabem o que está por vir, elas são experientes e seguras. O papel delas é o de ajudar esta mãe a ter um ambiente tranquilo e saudável neste momento que desperta tanta preocupação. São estas mulheres que seguram os ânimos de todos na casa antes, durante e depois do parto.

Estas são as doulas, hoje esquecidas, uma tradição perdida.

Imagine mais um pouco. Em alguns lugares do Brasil, quem ia visitar a mãe recém parida levava de presente uma galinha caipira. Assim, durante a quarentena de recuperação, a mãe se alimentava apenas de canja. Era a doula quem preparava tudo. A mãe podia ficar concentrada em seu repouso e nos cuidados com seu bebê.

A tarefa das doulas abrangia cuidados de higiene, alimentação, cuidados com as crianças da casa, cuidado ao orientar o pai, e sobretudo, cuidado e apoio emocional à parturiente.

Basicamente, a doula colocava a família toda em seu colo. Não é lindo isso? Pois nem sempre esta função pôde ser exercida pelas sogras, ou pelas cunhadas. Se bem que, se o relacionamento familiar fosse saudável, nada impedia que estas figuras da família desempenhassem bem o papel. Assim, a doula tinha uma posição de muito respeito na sociedade.

Imagine uma mulher prestes a parir nos dias de hoje. Certamente o cenário é outro, mas será que as emoções são outras? Será que os medos e ansiedades são muito diferentes daqueles de outrora?

Sem precisar imaginar, sabemos que nesse nosso tempo há tantos hospitais, com tantos especialistas. Cada um com sua técnica médica. Todos bem estudados. O médico obstetra, a enfermeira obstetra, o anestesista, o pediatra. A mortalidade infantil diminuiu substancialmente. A morte da mãe durante o parto se tornou uma raridade. Sem dúvida, sobreviver está muito mais garantido. Mas, com tanto conhecimento e técnica algo ficou para trás, algo ficou esquecido lá nas mãos das doulas... O acolhimento.

Felizmente, as doulas estão de volta para carregar todo mundo no colo. Fiquem sabendo mais sobre este movimento nos sites:




Dedico este texto a minha irmã Tatinha e ao seu filho que nasceu no último dia 5. Bem vindo João!

Paula Ubinha

quarta-feira, 18 de março de 2009

Chai

Esta delícia de bebida indiana tem várias versões. Esta é a minha preferida, pode copiar e degustar.

Você vai precisar de:
1/2 copo de gengibre ralado (se preferir mais suave, diminua a quantidade),
1 canela em pau,
1 copo de leite em pó,
açúcar o quanto baste,
3 colheres (sopa) de chá preto,
3 sementes de cardamomo,
1 litro de água.

Faça assim:
Leve ao fogo o gengibre com o açúcar e a canela até derreter bem o açúcar.
Acrescente a água e deixe atingir fervura.
Apague o fogo e acrescente os outros ingredientes, menos o leite
Deixe tampado por uns cinco minutos.
Coe e acrescente o leite.
Sirva quente.

Namastê!
Paula Ubinha

sexta-feira, 13 de março de 2009

Saudação ao Sol

Saudação ao Sol ou Suryanamaskar

Entre os hindus, a saudação ao sol é uma reverência a este astro, sendo executada no exato momento do despertar do dia.
É uma sequência coreográfica muito arcaica que exige uma boa coordenação da respiração com o movimento e uma boa concentração. Ela pode ser praticada como preparo para os demais ásanas, pois movimenta a coluna vertebral como um todo, as pernas, os braços e os músculos abdominais. Assim, o corpo inteiro desperta para começar bem o dia.
Há algumas variações nesta sequência de acordo com a linha de yoga que você consultar, mas todas são muito boas, trazem benefícios para o corpo e para a mente. Todas são de uma beleza exótica muito própria. Pesquise e escolha a que mais gostar.
Namastê!
Paula

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ayurveda

Ayurveda

"Viver a vida em harmonia com a natureza aumenta a pureza, a serenidade e a alegria, garantindo saúde e ‘bem estar’”. (Princípio ayurvedico)

Simples assim?

Basta viver a vida em harmonia com a natureza para conseguirmos tudo o que a humanidade mais desejou: alegria, saúde, pureza e ‘bem estar’?
Acho que sim.
Na primeira oportunidade, seja num feriado prolongado, seja nas férias, todos fogem para a praia, ou montanha, ou serrado, ou aquele sítio de um amigo querido. Que maravilha! O silêncio, as plantas, a brisa no rosto...
Todos levam a sua melhor roupa, a melhor em conforto e em personalidade. Não é preciso dizer que é esta a roupa que lhe cai bem, que é assim que cada um poderia e deveria de se vestir todos os dias. Sai a “roupa de trabalho” e saem também as amarras do corpo. Os gestos comungam com o pensamento, agora o corpo pode dizer a sua verdade.
Dormir o suficiente, comer bem, tomar um banho sem pressa, ler um bom livro, sentar-se à sombra e contemplar a vida. Respeitar o próprio ritmo só nas férias?
É preciso calma e tranqüilidade para identificar as necessidades do corpo, da mente e da alma. Prestar atenção naquilo que é captado pelos sentidos. Sentir o aroma dos alimentos antes de ingeri-los, olhar atentamente para o copo d’água antes de matar a sede, espreguiçar ao acordar antes mesmo de colocar os pés no chão, preparar o corpo para o dia que se segue, ouvir sua pulsação. Assim, sentir a vida no instante presente. Ah! Viva Clarice Lispector que diz tão bem sobre o “instante já”. Este momento imediato no qual fazemos nossas escolhas e definimos o que está por vir.
Olhe a linha do trem desgovernado a sua frente. Pare, olhe, escute! Agora faça a sua escolha.

Namastê!
Paula Ubinha

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Corpo e Mente



Vejam que interessante este artigo. Com isso podemos ter a esperança de que seja possível uma mudança cultural mais efetiva quando o assunto é a dualidade ou a união entre mente e corpo.

Corpo e mente

No número de dezembro 2005 do "Archive of General Psychiatry" (vol. 62, nº > 12), foi publicada uma pesquisa dirigida por Janice Kiecolt-Glaser, do Institute for Behavioral Medicine Research (instituto de pesquisa em medicina comportamental) da universidade de Ohio, EUA.

Seu tema: as interações conjugais negativas e a cicatrização.

Foram escolhidos 42 casais, entre 22 e 77 anos. Nos braços de todos, maridos e mulheres, foram criadas oito pequenas feridas, que foram cobertas de maneira a medir as variações dos fluidos que o corpo produz para facilitar a cicatrização. Depois disso, os casais foram expostos a duas sessões de "conversa". A primeira foi orientada para que fosse uma troca agradável sobre o que cada um queria modificar em seu comportamento para melhorar a vida do casal. A outra foi orientada para que os casais brigassem (temas preferidos: dinheiro e sogros). A pesquisa constatou que a cicatrização era sempre mais lenta depois das brigas. Os casais mais briguentos mostraram uma cicatrização que era apenas 60% da dos outros. É provável que os achados, já bem significativos, subestimem o impacto da hostilidade entre marido e mulher, pois se presume que, em casa, as crises dos casais briguentos sejam crônicas e mais violentas do que sob observação externa.

Conclusão: se você deve e pode programar uma operação, tente primeiro arrumar sua vida afetiva.

Conclusão mais genérica: a má qualidade de uma relação e sua desagregação, agem no corpo e são péssimas para a saúde.
É um ovo de Colombo. Alguém poderia perguntar: por que essa pesquisa, se ela comprova uma obviedade que, intuitivamente, todos sabemos desde sempre? Pois é, pesquisas como essa, aparentemente "inúteis", estão mudando, aos poucos, nossa visão de nós mesmos. Durante os últimos quatro ou cinco séculos (no mínimo), fomos fundamentalmente dualistas. Ainda hoje, vivemos e pensamos como se a mente e o corpo fossem coisas separadas. Graças a esse dualismo, nossa ciência se desenvolveu com eficácia e rapidez. Se tivéssemos enxergado as infecções como conseqüência de sortilégios ou males do espírito, não teríamos descoberto a existência de bactérias e os antibióticos para matá-las. Mas o custo foi grande: uma incapacidade de reconhecer o sujeito como um todo, corpo e mente. Na medicina, admite-se a necessidade de atender com carinho e de escutar um pouco as queixas do paciente. Há médicos para reconhecer que o "estresse" faz mal ("Tire umas férias"). E há enfermidades para as quais "fatores psicológicos" são reconhecidos como causas possíveis: certos casos de pressão alta, algumas disfunções da tireóide e por aí vai. Mesmo nesses casos, o "psíquico" aparece como um fator que "contribui" à enfermidade e ele é quase sempre genérico (o termo "estresse", por exemplo, quer dizer tudo e nada). A medicina não opera quase nunca com o pressuposto de que o "psíquico" seja, na verdade, uma parte do "físico". Curioso, pois ele é a experiência de transformações químicas e neurônicas que são impostas pelas circunstâncias da vida e que agem sobre o conjunto da subjetividade (corpo e mente).
Talvez as recentes pesquisas que descobrem o "óbvio" anunciem uma mudança cultural, um novo convívio entre mente e corpo -quem sabe, o fim de seu divórcio. Parece que estamos, aos poucos, descobrindo que nossa subjetividade não é dividida entre corpo e mente. Nessa descoberta, aliás, a psicologia deveria ter a tarefa de definir e diferenciar afetos, emoções e relações com uma sutileza que corresponda à sutileza das tomografias computadorizadas e das análises bioquímicas. Seria bom parar de associar as alterações do cérebro e do corpo, finamente descritas, com platitudes psicológicas, como o fatídico "estresse".

Falando em pesquisas que descobrem o "óbvio", mais uma. No decorrer deste ano, a revista "Psychological Science" publicará uma pesquisa de James A. Coan e outros, que foi recentemente resumida na imprensa americana. Foram escolhidos 16 casais muito felizes. A mulher de cada casal foi inserida num tubo de ressonância magnética e lhe foi dito que ela receberia uma leve descarga elétrica no tornozelo. As imagens do cérebro mostraram, em todas as mulheres, uma atividade intensa nas regiões envolvidas na expectativa de dor e emoções negativas. Foi suficiente que o marido inserisse a mão no tubo e tocasse sua mulher para que essa atividade cerebral diminuísse, sempre e drasticamente.

Conclusão: o toque de uma pessoa querida é curativo e modifica a atividade cerebral. Visto que a sensação de dor física é ligada ao nível de sua antecipação, uma mão amada pode ser considerada um sedativo eficiente.

Conclusão indireta: a rejeição total sem contato físico não é só uma punição psíquica, é também uma agressão contra o corpo -se é que faz sentido manter a distinção de corpo e mente.
Enfim, uma indicação: viver sem tocar os que a gente ama (por exemplo, criar filhos sem abraços e carinho) significa condená-los a uma dor que não é "só" psíquica.

Concentração em um único ponto - Ekagrata


Resolvi transcrever um trecho do que Mircea Eliade nos conta a respeito da concentração. Esta informação é encontrada em seu livro "Yoga - imortalidade e liberdade" (ed. Palas Athena).

Capítulo III - Técnicas de autonomia
O ponto de partida da meditação yóguica é a concentração em um único objeto, que tanto pode ser físico (um ponto entre as sobrancelhas, a ponta do nariz, um objeto luminoso, etc.), um pensamento (uma verdade metafísica) ou Deus (Ísvara). Essa concentração firme e contínua chama-se ekagrata (em um único ponto) e se obtém pela integração do fluxo psicomental (sarvarthata, atenção multilateral, descontínua e difusa, Yoga-sutra, III, 11). Isto consiste na própria técnicado Yoga.
A Concentração em um único ponto, tem como resultado imediato a censura pronta e lúcida de todas as distrações e de todos os automatismos mentais que dominam, ou, mais precisamente, constituem a consciência comum. Entregue às associações (produzidas pelas sensações), o homem passa a vida deixando-se invadir por uma infinidade de momentos desconexos e como que exteriores a ele. Os sentidos ou o subconsciente introduzem continuamente na consciência objetos que a dominam e a modificam, ao sabor de sua forma e intensidade. As associações dispersam a consiência, as paixões a violentam, a "sede de viver" a trai ao projetá-la para fora. Mesmo em seus esforços intelectuais o homem é passivo, pois o destino do pensamento vulgar é ser "pensado" pelos objetos. Sob as aparências do "pensamento" esconde-se, na realidade, um cintilar indefinido e desordenado, alimentado por sensações, palavras e memória. O primeiro dever do yogin é pensar, isto é, não se deixar pensar. Eis por que a prática do Yoga começa por ekagrata, que limita o fluxo mental e constitui assim um "bloco psíquico", um continuum firme e unitário.
A prática de ekagrata tende a controlar as duas fontes geradoras de fluidez mental: a atividade sensorial e a atividade do subconsciente. O controle é a capacidade de intervir à vontade e de maneira imediata no funcionamento dessas duas fontes de "turbilhões" mentais.
Um yogin pode obter, à vontade, a descontinuidade da consciência; isto é, pode provocar em qualquer momento e lugar a concentração de sua atenção em um só ponto e tornar-se insensível a qualquer outro estímulo sensorial ou mnemônico.
O autor não para por aí, vale buscar o livro para saber um pouco mais.
Espero que apreciem.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Hatha Yoga



O ELOGIO DO CORPO. O HATHA-YOGA


"No Tantrismo, o corpo humano adquire importância jamais alcançada na história espiritual da Índia. A saúde e a força, o interesse por uma fisiologia assemelhada ao cosmos e implicitamente santificada são valores védicos, se não pré-védicos. O tantrismo, porém, leva a consequências extremas a concepção de que a santidade só é realizável em um CORPO DIVINO. Abolidos os pessimismos e o ascetismo upanixádicos o pós-upanixádicos, o corpo não é mais "fonte de sofrimento", mas o instrumento mais seguro e completo que o homem tem à disposição para "conquistar a morte". E, visto ser possível, obter a liberação a partir desta vida, o corpo deve ser conservado o maior tempo possível em perfeitas condições, precisamente para facilitar a meditação."
(Mircea Eliade, Yoga: Imortalidade e Liberdade, Ed. Palas Athena).