sábado, 24 de julho de 2010

Receita Vegetariana

Assado de alho-poró e Queijo

450 gramas de alho-poró
6 ovos
1 fatia de pão integral esmigalhado
2 colheres de queijo Stilton*

Preparo:
Cozinhe o alho-poró no vapor por uns 10 minutos e coloque-o num refratário untado.
Bata os ovos, as migalhas de pão e o queijo esfarelado. Despeje sobre o alho-poró e asse por 30 minutos, ou até que doure.
O forno deve ser pré-aquecido à temperatura de 200º C.


Muito fácil e muito saborosa.


* Se trata do famoso blue cheese inglês (ou "queijo azul", devido a seus veios azulados). É da mesma família do Roquefort (francês) e do Gorgonzola (italiano). Feito com leite de vaca, ao qual se adiciona o fungo Penicillium alaucum, e usualmente harmonizado com vinho do porto.


Bom apetite!
Paula Ubinha


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Silêncio

O que primeiro nos vem à mente é "quem cala consente", mas não vamos ficar nesta idéia que é tão óbvia.
O silêncio também pode indicar na conversa uma desistência: não concordar e não se colocar.
O silêncio, ainda, pode ser o medo das palavras contrárias. O medo do confronto de idéias.
Pode ser um gesto silencioso, assim, é o corpo que vai denunciar o pensamento.
Escutemos a pausa de nosso texto, do texto do outro. Certamente precisaremos elaborar menos perguntas.
Afinal, o silêncio comunica.
Na música, o silêncio é a pausa que destaca o som. Ela vem para dar o contraste.
Abandonemos as notas para sentirmos o pulso da música. O ritmo, que também comunica.
Um caminhar apressado, um gesto violento, a leveza de um olhar, a ausência.
Sinta o tempo das coisas... Ele determina o compasso, o andamento, o sentimento, as interpretações.
O tempo é silencioso...
Por vezes, uma pausa prolongada pode nos contar qual será a próxima nota. Ela nos vem de graça como um presente. Podemos até cantarolar, mesmo que desafinados, mas ela está presente na descontinuidade do som, assim como as palavras estão dadas na descontinuidade das conversas: eticetera.
Para que tanto barulho?
A mente inquieta produz conversas desarvoradas, uma tagarelice sem fim. Fala sobre fala.
Escutemos o nosso próprio silêncio, o aquietar-se.
Não dizer nada, não concluir nada, não desejar nada...
Uma breve pausa para a alma.
"Piano piano si va lontano".

Paula Ubinha


domingo, 11 de julho de 2010

Uma crítica


Qual é o tempo que se deve levar para devorar as palavras e delas tirar o maior prazer?
Qual é a rapidez do prazer que se espera?
Qual é o tempo permitido para as idéias invadirem o ventre e ali serem fecundadas?
Sempre o tempo...
O tempo da expectativa.
O tempo apertado.
O tempo concedido.
Fazer prova nunca foi o forte de ninguém.
Se pergunta se sabe, se coloca à prova já não se sabe.
Faça uma redação em algumas poucas horas, assim,
grandes gênios são reprovados e pequenas falhas são apontadas.
Vá e encontre uma forma de produzir alguma idéia para agora, não mais que agora.
E eleve suas idéias ao clímax para, assim, elevar o seu leitor.
"Corra Lola, corra!"
Pois cada segundo denuncia a que fim destinará a sua saga.
Afinal, de nada importa se as idéias são digeridas ou fecundas.
Convença seu leitor com suas parcas palavras vazias e falsas.
E, melhor ainda, sinta a satisfação vitoriosa de sua conquista, a sua nota.
"Corra Lola, corra!"


Paula Ubinha
(sobre a tirania das avaliações)