sexta-feira, 30 de abril de 2010

Satsanga 1

Realizamos nosso primeiro Satsanga no Sabiah - canto de encontro e saberes.

Quem esteve por lá trouxe consigo uma flor para trocar com um colega. Provou os deliciosos bolos feitos pela Malu e pela sua mãe, aquele de limão... hummm... Os quitutes salgados não deixaram por menos, pasta de ricota com gorgonzola e outra de alho, ambas no pão de linhaça. Frutas frescas e claro, o famoso Chai. Tivemos também o Aluá.

Vocês sabem o que é Aluá? Vejam só esta reportagem que encontrei para esclarecer esta dúvida:

"CAETÉ
O doce lado da senzala
A Vila Nova da Rainha mudou de nome e se transformou em Caeté, mas as delícias da terra mantiveram a força dos primeiros tempos. No distrito de Morro Vermelho, palco da Guerra dos Emboabas (século 18), uma bebida sagrada dos escravos, que trabalhavam na mineração, ainda está presente na festa de Nossa Senhora do Rosário, celebrada em outubro. O aluá – corruptela de “ao luar”, já que o preparo era sempre à noite, para fugir da vigilância dos feitores – tem registro desde 1650 e se perpetua nas mãos e sabedoria de Vera Lúcia da Silva Pereira Carlos, de 48 anos, mãe de três filhos e avó de três crianças. Integrante da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, ela conta que o aluá não pode ser comercializado, apenas servido em rituais de fé, como faziam os negros, que dançavam, cantavam e bebiam o líquido, sem teor alcoólico, da cor de garapa e à base de abacaxi. Preparar a bebida não é fácil, nem rápido, mas o efeito é tão refrescante e gostoso que vale a pena esperar oito dias para saborear. Na cozinha, Vera Lúcia corta a fruta, aproveitada “com casca e tudo”, põe para fermentar com farinha de mandioca e espera, com paciência. “O segredo está na hora de coar”, ensina a moradora de Morro Vermelho, que usa um saco de açúcar, daqueles grandes, para concluir o processo. Ela dá outras dicas preciosas. “Se a pessoa quiser, pode usar qualquer fruta ácida. Para guardar na geladeira, é fundamental pôr em vasilha aberta, jamais em litro, pois o vidro estoura”. Ao provar o aluá, os viajantes se sentem fazendo uma volta ao passado, movidos pelo poder da cultura popular.
Como fazer Aluá
Cortar o abacaxi em pedaços, com a casca e a polpa. Num balde (com tampa, bem limpo) com 5 litros de água, pôr a farinha, o abacaxi e raspas de uma rapadura. Cobrir com um pano limpo e tampar bem. Deixar oito dias fermentando. A próxima etapa será coar o material, em três fases, com um saco de textura grossa – pode ser usado um daqueles de 60 kg, de açúcar. Em primeiro lugar, retirar, com uma concha, a nata (cascas, pedaços de polpa etc.) que se forma na superfície e colocá-la dentro do saco. Na hora de coar, pôr a embalagem com a nata sob uma torneira, usando-se aproximadamente 2 litros de água. Enquanto a água escorre para dentro de outro balde, apertar com as mãos os pedaços de fruta para dissolvê-los bem. Na segunda fase, retirar com um caneco a parte líquida do primeiro balde e coar, usando a parte lateral do tecido, para não vazar nas costuras – segurar as bordas com as mãos. Deixar escorrer no segundo balde. Finalmente, coar a farinha de mandioca, que decantou no primeiro balde, também sob a torneira (2 litros de água). Derreter duas rapaduras em uma panela com água suficiente para encobri-las, e despejar o melado ainda quente sobre a bebida coada. Adoçar a gosto. Coar novamente, desta vez com uma peneira bem fininha. Servir gelado. Rende aproximadamente 20 litros.
Receita fornecida por Vera Lúcia da Silva Pereira Carlos,de Caeté"

A minha receita de Aluá é muito mais simples e foi a minha mãe, Dona Carmencita, quem me ensinou. Tão simples e tão saborosa, ainda permite que você crie a sua própria versão. Depois me convida?

Aluá da Carmencita

1 abacaxi, só a casca e o miolo
2 litros de água
açúcar o quanto baste
cravo da índia ou 1 xícara de hortelã os temperos podem variar a seu gosto, incluir outras frutas, outras especiarias, o que desejar e que combinar. Invente o seu.

Ferva tudo até que a coloração da água fique dourada. Coe numa peneira fina e sirva quente no inverno ou bem gelada no verão.

Muito bem, agora vamos dar uma espiada nos amigos que marcaram presença:



Toda diversão à parte, o tom da conversa foi apoiado no tema svadhyaya, que é um dos niyamas (regras de conduta e disciplina) relacionados por Patanjali.

Sva = seu próprio

adhyaya = estudo ou educação

Pelo Svadhyaya (educação de si mesmo) o praticante entende a natureza de sua alma.

Namastê!

Paula Ubinha

2 comentários:

  1. o bolo de limão da minha mãe...

    4 ovos (as claras batidas em neve)
    100g de margarina culinária
    2 xícaras de açúcar
    3 xícaras de farinha de trigo (tirar umas 2 colheres de sopa e substituir por amido de milho)
    3/4 de xícara de leite
    raspa e caldo de 1/2 limão tahiti (a outra metade vai na cobertura)
    1 colher de sopa de fermento em pó
    1 colher de chá de baunilha, se gostar

    bater as gemas + margarina + açúcar até formar um creme esbranquiçado. Juntar o suco e as raspas de limão e depois a farinha e o leite alternadamente. No final, acrescentar o fermento e incorporar as claras em neve. Assar em forno médio (+ ou - 200°C) por uns 40 minutos. Cobrir ainda quente.

    cobertura: misturar as raspas e suco da outra metade do limão com 2 colheres de sopa de açúcar refinado e 4 colheres de sopa de leite condensado.

    tenho certeza de que fica delicioso, mas não igual ao que ela faz...

    beijinhos,

    Malu
    =)

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  2. que bom Malu!
    Este bolo será muito bem vindo novamente no nosso satsanga 2, não acha?
    Obrigada pelo carinho e dedicação.
    Namastê!
    e beijinhos tb...
    Paula
    ;)

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