sábado, 3 de março de 2012

Tempo

A MESMA INSÔNIA. (Bernardes Paixão)
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O tempo esculpiu o meu rosto e o meu corpo.
Em cada traço um registro, uma história.
Escondê-los?
De quem?
Porque?
Bom, acho que não!
Cada parte, ainda não marcada, é uma tela em branco para o que virá. Que venha!

O tempo que se esvai me faz pensar no que fica.
Ah! Sim! As cicatrizes.
Uma foi de uma queda, outra de uma traquinagem. Todas feitas no percurso, no caminho, no "andando"...
Tem algumas que não estão na superfície do meu corpo. Será preciso um ultrassom de alma... Ou talvez um olhar treinado, ou uma intuição perspicaz. Eu também não as vejo, só as sinto.
É! As cicatrizes ficam.

Quem disse que as cicatrizes são más?
É preciso estar vivo para obtê-las.
Elas são como as subdivisões do relógio. As minhas, do meu. As suas, do seu.
E assim, cada um conta o passar das horas de uma maneira muito peculiar.
E então, o tempo trará mais e mais traços, marcas, desenhos, riscos... Até que...

Com tanto transcorrer do tempo chegará a calmaria, uma não-pressa, um novo andamento para os sentidos.
As urgências ralentarão...
Talvez seja este o grande presente que o tempo reserva para a vida.

Paula Ubinha




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